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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

6ª Bienal de Cultura da UNE

Medicina & Arte marcou presença na 6ª Bienal de Cultura da UNE

No ano em que completa 10 anos, evento bateu recordes no número de inscrições de trabalhos e de participantes

Que a Bahia tem muitos sabores e cheiros todo mundo já sabe, mas entre os dias 20 e 25 de janeiro, Salvador ganhou novos ares, cores e sotaques. Sob o tema "Raízes do Brasil - Formação e Sentido do Povo Brasileiro", a 6ª edição da Bienal de Cultura da UNE aportou novamente em terras soteropolitanas, desta vez para propor a mais de 15 mil universitários, secundaristas e pós-graduandos de todo o País e da América Latina o debate sobre os elementos que compõem a cultura brasileira.

Foi uma verdadeira ocupação cultural. A 6ª Bienal aconteceu simultaneamente em vários locais: Teatro Castro Alves, Pelourinho, Praça Castro Alves, Teatro Gamboa Nova, Teatro Vila Velha, Museu Henriqueta Catharino e Escola de Belas Artes.

Durante os seis dias de Festival foram realizados 37 debates, com a presença de 113 convidados de altíssimo nível como o ministro da Secretaria Geral da República Luiz Dulci, o ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República Paulo Vanuchi, o governador da Bahia Jaques Wagner, a deputada federal Manuela D’Ávila, a diretora da Central Única das Favelas (CUFA) Nega Giza, o deputado estadual por São Paulo Netinho de Paula, o secretário nacional de juventude Beto Cury, entre outros.

Foram 28 oficinas e minicursos ministrados por profissionais de diversas áreas. Todas as noites, é claro, contaram com apresentações musicais do fino da música brasileira, totalizando 13 grandes shows no Pelourinho. Margareth Menezes, Alceu Valença, Cordel do Fogo Encantado, Marcelo D2, Jorge Mautner, Maracatu Estrela de Ouro e Renegado foram alguns dos artistas que agitaram as noites da Bienal. Além disso, a 6ª Bienal contou com uma extensa programação cultural, que incluiu apresentações de teatro e exibições de filmes.

O festival também bateu recorde de inscrições: 1.506 trabalhos e 185 projetos selecionados. Além disso, o Festival envolveu 25 "Pontos de Cultura" de Salvador, abrindo espaço para o diálogo entre as mais diversas manifestações culturais.


Culturata encerra Bienal
A sexta edição da Bienal foi encerrada com chave de ouro. Uma passeata cultural tomou as ruas do centro de Salvador.

A Culturata, animada pelo grupo Ilê Ayê, seguiu na manhã deste domingo (25), na contramão do Circuito mais tradicional do Carnaval de Salvador: ao invés de sair da Barra até a Ondina, os estudantes fizeram o trajeto Ondina-Barra, atrás do trio elétrico da Bienal. A passeata cultural teve os participantes entoavam gritos de guerra em defesa da meia entrada e de mudanças estratégicas no financiamento da cultura no Brasil.

Durante o percurso os participantes que curtiam o Ilê Ayê foram brindados com um banho de mangueira. Ao final do evento, no Farol da Barra, foi realizada uma ciranda que abraçou o ponto histórico, em retribuição à hospitalidade do povo soteropolitano.

Momento histórico
A 6ª edição da Bienal comemorou o 10º aniversário do Festival de Cultura e também marcou a volta do evento a Salvador, já que em 1999 aconteceu na capital baiana a primeira edição da Bienal de Arte, Ciência e Cultura da UNE, 20 anos após a UNE ter sido colocada na clandestinidade pela ditadura militar. Esta edição celebrou ainda os 30 anos do Congresso de Reconstrução da UNE, realizado também na capital baiana, e que colocou a entidade novamente na legalidade.

Homenageados
As mostras de arte da 6ª Bienal homenagearam ícones da cultura brasileira. Seus trabalhos nortearam as discussões dentro de cada área. Em Artes Cênicas o homenageado foi o espetáculo Nego Fugido. Trata-se de uma das manifestações populares mais expressivas do Recôncavo Baiano, o Nego Fugido é um grupo folclórico representado anualmente, durante todos os domingos do mês de julho, nas ruas de Acupe, distrito de Santo Amaro da Purificação (BA). O grupo se mantém desde o século XIX, originário de escravos africanos de origem Nagô.

Nas Artes Visuais, a inspiração ficou por conta da obra de Cildo Meireles, artista plástico que tem desempenhado um papel-chave dentro da produção artística nacional e internacional. Em suas obras, cria os objetos e as instalações que acoplam diretamente o visor em uma experiência sensorial completa, questionando, entre outros temas, o regime militar brasileiro (1964 - 1984) e a dependência do País à economia global. Em 2008, ganhou o Prêmio Velázquez de las Artes Plásticas, concedido pelo Ministério de Cultura da Espanha. Desde o ano passado, ele também está presente com uma mostra, na Tate Gallery em Londres, onde expõe obras e instalações com caráter político que serão expostas até o final de janeiro 2009.

A Mostra de Ciências e Tecnologia destacou o trabalho de Josué de Castro. Na luta pelo combate à fome, ele viajou todo o Brasil, dividindo-o em cinco regiões, conforme características alimentares de cada uma: Amazônia; Nordeste açucareiro, que abrange somente o litoral; Sertão nordestino; Centro-Oeste, ao qual foi incorporado o estado de Minas Gerais; e o Sul do País. Josué dedicou um capítulo de Geografia da Fome a cada uma dessas localidades e analisou o processo de colonização das áreas, produção de alimentos e aparecimento de doenças nos moradores. Após uma longa carreira de pesquisas e êxitos científicos, Josué teve seus direitos políticos cassados pelo regime militar que dominou o País a partir de 1964. Morreu no exílio em 1973.

As telonas desta Bienal exibiram algumas filmes de Nelson Pereira dos Santos. O diretor, ator, roteirista, argumentista, produtor e coprodutor, membro da Academia Brasileira de Letras: Nelson Pereira dos Santos está presente na cena cinematográfica brasileira e internacional, com uma série de longas-metragens premiados. Entre eles destaca-se "Rio 40º graus", que o tornou líder do Cinema Novo, movimento dos anos 60 e 70 que criou um cinema nacional. Nelson Pereira dos Santos será o principal homenageado da Mostra de Cinema. Além da exibição de alguns de seus filmes, o cineasta de 80 anos participará do debate sobre cinema brasileiro e latino-americano, dia 22. Nelson aceitou também o convite para curtir a Bienal. Ele chega dia 21 para a homenagem e fica até dia 25.

Machado de Assis, ícone da literatura tipicamente brasileira foi referência para os aficcionados pelo mundo das letras. Filho de um mulato descendente de escravos alforriados e de uma açoriana, Machado de Assis foi poeta, romancista, dramaturgo, contista, jornalista e teatrólogo, considerado como o maior nome da literatura brasileira, de forma majoritária entre os estudiosos da área.

Como jornalista, além de repórter utilizava os periódicos para a publicação de crônicas, nas quais demonstrava sua visão social, comentando e criticando os costumes da sociedade da época, como também antevendo as mutações tecnológicas que aconteceriam no século XX, tornando-se uma das personalidades que mais popularizou o gênero no País.

Os Novos Baianos - formado por Luiz Galvão, Paulinho Boca de Cantor, Moraes Moreira, Baby Consuelo e Pepeu Gomes traduziram o espírito da Mostra de Música. Destacaram-se não só pelos oito álbuns que lançaram como também pelo modo como viviam. Seguiam preceitos de comunidade hippie e pontuaram sua trajetória musical com experiências propriamente vocabulares.


Saiba mais em www.une.org.br/bienal2009
Fonte: http://www.une.org.br/home3/cultura/cultura_2007/m_13770.html

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