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quarta-feira, 29 de outubro de 2008

I Prêmio M&A de Literatura

Texto vencedor:

Saúde.
Palavra esta tão simples, tão pequena, que simboliza tanto. Uma busca incessante de todos nós, uma busca que reflete muito no nosso dia-a-dia.
Pensar em saúde me faz lembrar outra palavra, MEDICINA! Para mim não tem como separar essas palavras porque ambas estão sempre juntas, não como um parasitismo, mas como uma simbiose, em que uma não pode viver sem a outra. Fazer medicina é fazer saúde.
Passamos seis anos tentando aprender o conceito de saúde, e tenho a certeza de que ainda estamos muito longe de entendê-lo. Podemos até saber o que vem a ser saúde. Na verdade, estamos cansados de saber. Todos os dias somos surpreendidos com este questionamento: “o que é saúde?” ou então “como promover a saúde?”. Questões até fáceis de responder! Basta irmos aos livros de atenção básica, buscar os primeiros capítulos e lá estará a resposta.
Mas pergunto-me todos os dias “o que é saúde e com o posso promovê-la?”.
Parece igual à primeira? Mas não é.
Não é, porque esta última reflete todos os nossos conflitos, indecisões e voltamos a uma questão fundamental: “Por que fazemos medicina?”, “por que nos submetemos a seis anos de ensino?”. Será somente para termos um bom “status” social? Será para agradarmos nossos pais? Acredito que se a resposta para essas perguntas forem um ‘sim’, ou até mesmo um ‘não’ vacilante, não estaremos aptos a exercer tão sublime profissão.
Posso parecer piegas ou um tanto antiquado, mas certa vez ouvi um professor meu falar: “medicina é sacerdócio!”. Achei que ele era um louco. Como eu teria sossego nas minhas férias com a família se não param de me ligar do hospital? Aí é que está o ponto forte da questão. O sacerdócio!
E onde entra a Saúde nessa história toda?
Exatamente onde o conceito de saúde deixa de ser uma página ou um parágrafo de um livro e passa a ser aquela pessoa que está na nossa frente, que por muitas vezes tratamos com desprezo, ou não damos atenção. Pessoa esta que paga pelos nossos serviços. Pessoa racional, pensante e que, por incrível que pareça, sente, ouve, vê e fala! O nosso paciente! Falo assim porque nos esquecemos desses pequenos detalhes, esquecemos até mesmo do básico da convivência... Um simples ‘bom dia’, ‘por favor’, ‘com sua licença’ já faz grande diferença no diagnóstico do paciente.
Considero a saúde como um ser vivo que pensa e reage a tudo e a todos.
É um organismo que vive em nós.
Como profissionais, aliás, como futuros profissionais, temos que nos dar conta disto. Entender todo o processo que envolve nossas atitudes e ações. Ver no nosso paciente um parente, não aquele com quem pouco convivemos, mas aquele a quem dedicamos maior afeto e zelo. Que todo aquele que nos procure em busca de cura física encontre em nós algo mais que o profissional. Que saibamos parar para ouvi-lo. Sentar junto ao seu leito para animá-lo. Tomar sua dor como a nossa própria para ajudá-lo e fortalecê-lo.
É muito importante que não percamos a capacidade de chorar. Que nós saibamos ser médicos. Alguém junto de alguém. Gente salvando gente.
Por que afinal de contas, salvar vidas não é uma opção.


Pablo Pita M10

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